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Atualidade  31 jul 2025

“Acelerar o Norte”: Transição digital chega a mais de 8.000 empresas no Norte de Portugal

Iniciativa orçada em 19 milhões de euros levou competências digitais a empresários e colaboradores de oito sub-regiões. “A transformação digital não é um luxo, é uma necessidade”, defende João Vieira Lopes.

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Foi ao ritmo de roadshows, diagnósticos, sessões de formação e milhares de quilómetros percorridos que o projeto “Acelerar o Norte” fez ecoar uma mensagem clara por toda a região: o futuro é digital, e é para todos. Ao longo de 20 meses, mais de 8.000 micro, pequenas e médias empresas e mais de 5.000 profissionais — entre empresários, comerciantes e colaboradores — receberam formação prática e apoio estratégico para acelerar a sua transição digital.

A iniciativa, promovida pela Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) em parceria com a Associação Empresarial de Portugal (AEP), a AHRESP e a ACEPI, foi financiada por 19 milhões de euros provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Terminou agora, mas deixa um legado digital nas oito sub-regiões do Norte do país, desde as encostas do Douro às aldeias de Trás-os-Montes, passando pelas cidades industriais do Cávado ou do Ave.

Num território onde as pequenas empresas continuam a ser o motor económico, o desafio não era apenas tecnológico — era humano. “Ficou claro que há uma grande vontade de mudança por parte dos empresários”, sublinha João Vieira Lopes, presidente da CCP. “O nosso trabalho foi garantir que essa vontade se traduz em competências e resultados”.

Com 54 ações de sensibilização e 180 sessões de capacitação prática, o projeto somou 500 horas dedicadas a áreas como ferramentas digitais, comércio eletrónico e marketing digital. Foram ativadas 16 aceleradoras de comércio digital, apoiadas por uma equipa de 40 técnicos no terreno, cuja missão foi muito para além da formação: escutar, adaptar e acompanhar. “Estes polos funcionam como centros de apoio e transformação, garantindo o contacto direto com os empresários e a adequação das soluções às realidades locais”, explicam os promotores.

O arranque formal aconteceu em março de 2024, em Braga, com o primeiro “Roadshow para a Digitalização do Norte”. Desde então, foram percorridos mais de 10.000 quilómetros e envolvidas mais de uma centena de entidades locais — desde autarquias a associações empresariais — num esforço de proximidade que funcionou como catalisador de transformação.

Além das sessões presenciais, foi criada a Academia Digital Acelerar o Norte, uma plataforma gratuita e online, pensada para quem não conseguiu participar presencialmente ou deseja aprofundar os conhecimentos adquiridos. Uma espécie de sala de aula contínua para empresários de qualquer escala. “A digitalização é para todos os negócios, do maior ao mais pequeno”, frisou João Vieira Lopes, acrescentando: “Mostrámos que a transformação digital não é um luxo, é uma necessidade”.

Para muitas das empresas apoiadas, esta foi a primeira oportunidade de olhar de frente para o seu grau de maturidade digital. Foram realizados diagnósticos, criados planos de transição e atribuídos vouchers até dois mil euros para aquisição de serviços digitais. A simplicidade do apoio contrastou com a ambição do impacto. O objetivo? “Aumentar a competitividade do tecido económico local e projetar o Norte em direção ao futuro digital”.

Num país onde a economia regional continua a ser muitas vezes esquecida nos grandes planos tecnológicos, “Acelerar o Norte” é um exemplo do que acontece quando se alia estratégia nacional com ação local. E quando se dá prioridade à capacitação em vez da complexidade.

Porque no final, a transição digital não se mede apenas em megabytes ou plataformas. Mede-se na confiança de quem reabre as portas do seu negócio com novas ferramentas, novos canais de venda e, acima de tudo, uma nova visão sobre o futuro.

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