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Ricardo Lebre, Head of Digital Technology da NTT DATA Portugal, fala sobre o papel da inteligência artificial na transformação das empresas, o avanço da IA agêntica e a importância da inovação colaborativa no desenvolvimento de novas soluções.
A NTT DATA tem vindo a consolidar a sua posição como um dos principais players mundiais no apoio à transformação digital das empresas. Em Portugal, a consultora assume um papel de destaque na aplicação prática da inteligência artificial e no desenvolvimento de soluções à medida para acelerar a inovação. Ricardo Lebre, Head of Digital Technology da NTT DATA Portugal, partilhou com o Digital Inside a sua visão sobre o estado da economia digital portuguesa, o impacto da IA generativa e agêntica, e o papel da empresa na nova vaga de transformação tecnológica.
O tecido empresarial português tem uma capacidade muito interessante para ser potenciado. Dispomos de infraestruturas digitais de elevada qualidade, serviços públicos avançados e um ecossistema de inovação bastante dinâmico, com startups e hubs tecnológicos que estão a transformar setores inteiros. O nosso desafio tem sido apoiar as organizações nesta jornada, ajudando-as a utilizar a inteligência artificial e outras tecnologias digitais como motores dessa transformação.
Recentemente, a Gartner reconheceu a NTT DATA como líder global em serviços de inteligência artificial generativa — o que confirma a nossa capacidade de transformar esta visão em resultados concretos.
O nosso apoio organiza-se em três grandes momentos. Primeiro, ajudamos as empresas na fase de conceção, ou seja, na identificação de oportunidades e na descoberta de novos casos de uso da IA. Depois, passamos à implementação, apoiando tanto o desenvolvimento de novas soluções como a transformação das equipas e dos processos. Finalmente, ajudamos as organizações a medir o valor gerado e a evoluir continuamente essas soluções.
De facto, o que distingue a NTT DATA é a capacidade de acompanhar o cliente desde a ideia até ao impacto mensurável no negócio.
O estudo mostra que quase todas as organizações reconhecem o enorme potencial transformador da inteligência artificial. No entanto, menos de metade sente que já está a conseguir extrair valor das soluções que implementou, e também menos de metade considera ter as competências adequadas para avançar.
É precisamente aqui que nós atuamos — ajudando as empresas a ultrapassar esta fase inicial de experimentação e a passar para uma adoção mais madura, mais estratégica e orientada a resultados.
Essa perceção existiu, e em alguns casos ainda persiste. Mas o que estamos a ver agora é uma mudança de mentalidade. As organizações começaram por experimentar, com pequenas provas de conceito. Hoje já vemos empresas portuguesas a apostar em adoções mais estruturadas e de largo alcance.
Muitas já perceberam que, se não entrarem nesta nova vaga tecnológica, arriscam-se a ficar para trás. Já não se trata apenas de medir o retorno imediato, mas de garantir a sustentabilidade e competitividade futura.
O tema da regulação é absolutamente necessário. Temos de garantir segurança, transparência e ética no uso destas tecnologias. Mas isso não pode ser um bloqueio. Com o aconselhamento adequado, é possível continuar a inovar e a explorar o valor da IA sem comprometer a segurança.
O POD é parte de uma rede internacional de espaços de experimentação da NTT DATA. É um ambiente onde co-criamos soluções com clientes, parceiros e academia. Demonstramos use cases reais — desde projetos de sustentabilidade, como a contagem de espécies aquáticas para garantir biodiversidade, até à otimização da produção agroalimentar e agrícola.
Mais do que um espaço de demonstração, é um espaço de colaboração e ideação. Serve para aproximar o cliente da inovação e ajudá-lo a visualizar o potencial real das tecnologias antes de as escalar.
A IA agêntica já é uma realidade no nosso dia a dia com os clientes. Esta tecnologia será a base de tudo o que se fará no futuro em inteligência artificial. Estamos a falar de arquiteturas compostas por agentes digitais com capacidades muito específicas, capazes de interagir entre si para apoiar o trabalho humano.
No fundo, trata-se de uma força de trabalho digital que amplifica o talento das pessoas. São agentes mais pequenos e rápidos de desenvolver do que os grandes modelos de linguagem, o que os torna mais ágeis e fáceis de implementar.
Já estamos a fazê-lo com clientes portugueses — por exemplo, criando equipas de agentes especializados em segurança no trabalho, capazes de esclarecer dúvidas e aconselhar comportamentos adequados em tempo real. E isto não é futurologia: já está a acontecer. Inclusive, há organizações interessadas em fluxos de trabalho totalmente autónomos, e estamos a colaborar nesses projetos.
O Portugal Digital Summit é o maior evento nacional dedicado à economia digital. Faz todo o sentido estarmos presentes, não só como parceiros, mas como parte ativa da discussão sobre o futuro. É uma oportunidade para partilhar ideias, mostrar inovação e estar próximo dos nossos clientes e parceiros.
Vamos levar energia, conhecimento e vários casos práticos que demonstram o impacto real da inteligência artificial e das tecnologias digitais no negócio.
Vamos destacar projetos ligados à sustentabilidade — como a deteção de espécies aquáticas e a otimização agrícola —, mas também iniciativas em setores como a banca, energia e telecomunicações, com agentes especializados em apoio ao cliente e transformação de processos.
Outro foco importante é a transformação da experiência dos developers, ajudando as organizações a reduzir custos e aumentar a produtividade através de ferramentas de IA generativa.
Ninguém pode prever com precisão o que será o futuro, mas é indiscutível que estamos a viver uma transformação comparável à Revolução Industrial. Daqui a alguns anos, vamos olhar para trás e perceber que a IA se tornou tão indispensável quanto as máquinas foram para a produção industrial.
A economia digital não é apenas o futuro — é o presente. E quem não a abraçar agora, dificilmente terá lugar no mercado que aí vem.