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eCommerce  Atualidade  08 abr 2021

Vendas online de produtos tecnológicos cresceram mais de 35% em 2020

De janeiro a dezembro de 2020 houve uma aceleração das vendas online de bens tecnológicos acima dos 35% face ao ano anterior, devido às restrições impostas pela COVID-19. Tablets, notebooks e headsets estiveram entre os produtos mais procurados.

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O ano de 2020 foi transformador, praticamente em todas as áreas da sociedade e provocou mudanças na forma de consumir e até nas tendências de futuro no retalho. Numa análise do comportamento do mercado global de bens tecnológicos desde o início da pandemia, a GfK sublinha que a tecnologia se transformou na solução para as grandes necessidades, assistindo-se a uma rutura completa dos padrões habituais de consumo.

 

Os dados reunidos pela consultora apontam para uma subida de quase todos os produtos tecnológicos, nomeadamente de notebooks (+31%), tablets (+41%) headsets (+34%) ou TVs (+10%).

 

À medida que a digitalização foi sendo imposta no último ano, os consumidores sentiram a necessidade de adquirir produtos smart, o que consequentemente levou a uma subida de 24% em valor em 2020, em relação ao ano anterior.

 

E em 2020 não foram apenas as vendas online que ganharam protagonismo, mas toda a experiência multicanal online, alavancada pelas redes sociais, que transformaram a jornada de compra do consumidor, sublinha a GfK Portugal em comunicado.

 

Telecomunicações Eletrónica de Consumo e Informática

 

A categoria das Telecomunicações foi fortemente afetada pelo início do confinamento, ainda em 2020, devido à mudança de foco do consumidor, para aquilo que era realmente necessário e urgente. Assim, este setor apenas cresceu 1% em Portugal face a 2019, ficando abaixo da média europeia.

 

A pandemia transformou a forma como os consumidores percecionam a saúde e o bem-estar, sendo que se verificou um aumento muito significativo nos Wearables (+51%) e Headsets (+38%) em Portugal, impulsionados pela prática de exercício físico em casa.

 

Na Eletrónica de Consumo, Portugal manteve uma linha muito idêntica aquilo que é a tendência de crescimento dos principais países da Europa e acima da curva chinesa.

 

Em Portugal, o Mercado de Eletrónica de Consumo, terminou o ano 2020 com um volume de negócio na ordem dos 446 milhões de euros, tendo ficado em linha com aquilo que foi o mercado de 2019. Esta variação não é negativa graças ao ensino à distância através da televisão. A televisão reforçou a sua importância dentro do setor, através de um crescimento de 7% e que alcança em 2020 83% do volume total da faturação da Eletrónica de Consumo. Destaque ainda para a tendência positiva registada no mercado áudio, onde se incluem os sistemas de som, colunas e sound bars, que acompanhou o ritmo da televisão.

 

Pelo contrário, negócios que dependiam na sua essência do ar livre, feiras ou eventos, como é o caso da Fotografia e Video, são os que apresentam quedas acima dos 30%.

 

No setor da Informática, a pandemia veio acelerar a procura pela transformação digital. E, pelos números registados, Portugal parecia ser um dos casos menos preparados para essa transformação.

 

Com o início da telescola e teletrabalho obrigatório, Portugal registou no total de Informática, crescimentos de 80%, muito acima da média dos cinco principais países da Europa e China. Houve uma necessidade extrema e urgente em munir as casas dos portugueses com equipamento que permitisse estudar e trabalhar. No final de 2020, Portugal registou um volume de 660 milhões de euros, com um impressionante crescimento de 31%.

 

Na Europa, foram vendidos 24 milhões de computadores portáteis, +23% de monitores e quase o dobro das webcams. Em Portugal os comportamentos são idênticos, mas com uma variação no crescimento significativamente maior, tanto no hardware como nos acessórios indispensáveis para o trabalho remoto. Destaque para o crescimento de 37% em portáteis no final do ano, com um pico máximo de cerca de 140% em abril, que contraria a tendência do primeiro bimestre de 2020. Os monitores terminaram o ano com um crescimento de 71% face a 2019.

 

Crescimento do Online

 

Como seria de esperar, o online bateu recordes de vendas em todas as regiões do globo, sendo decisivas para o desfecho positivo dos mercados dos BTC’s em 2020.

 

O setor da Informática e os Pequenos e Grandes Eletrodomésticos foram os mais positivos nas vendas online e a Informática chegou mesmo a liderar as vendas neste canal.

 

Smart Home

 

A casa assumiu uma nova importância na vida do consumidor. É, agora, um centro conectado e o mercado está a começar a desenvolver-se nesse sentido.

 

Portugal e a Holanda foram os países que apresentaram maiores crescimentos em 2020 e onde o setor Smart Home foi mais dinâmico, com +29% e +35% de crescimento, respetivamente.

 

Com estas evoluções positivas, também o número de novas marcas  a vender produtos conectáveis aumentou, perfazendo agora 266 novas marcas nos seis principais mercados europeus.

 

O mercado de produtos Smart Home tem vindo a desenvolver-se e vai continuar a crescer de forma dinâmica. Surgem novos segmentos, marcas e até retalhistas. Existe um grupo cada vez maior de consumidores que vê vantagens nas soluções para transformar a casa,  numa casa cada vez mais inteligente e a pandemia mostrou, claramente, que ao passar-se tanto tempo em casa, os produtos/soluções Smart  podem facilitar a vida, seja no trabalho, saúde, desporto ou entretenimento.

 

Contudo, atualmente, a maioria dos produtos smart está ainda na fase inicial e, para passar a barreira do abismo da adoção, é necessário que as marcas/retalhistas compreendam e se adaptem às diferenças que ainda são significativas entre os early adpoters e o consumidor comum.

 

Mercado de Eletrodomésticos

 

No cômputo geral do ano de 2020 em Portugal, a maior permanência em casa beneficiou o mercado dos Eletrodomésticos, com subidas em todas as categorias.

 

O segmento de Cuidado Pessoal apresentou um bom desempenho, impulsionado pelos Kits de Multigrooming (+38%) e Aparadores de Barba (+37%). Nesta categoria, as vendas online subiram 16% em valor. À medida que a sociabilização foi reduzindo, o consumidor centrou-se nas necessidades básicas como cortar o cabelo, tendo as vendas de aparadores de cabelo subiram 80% em valor e, no online de Cuidado de Cabelo, um aumento de 12% face a 2019.

 

O setor dos Pequenos Eletrodomésticos em Portugal obteve uma boa performance, impulsionado pelos robots de cozinha (+62%), máquinas de café (+20%), as liquidificadoras (+31%) e as batedeiras (+33%). A tendência positiva verificou-se também nos Grandes Eletrodomésticos, com os frigoríficos com capacidade superior a 500L (+29%), as máquinas de lavar roupa com capacidade superior a 9kg (+26%) e os fornos com capacidade superior a 70L (+16%) a destacarem-se entre os consumidores em 2020. 

 

A procura por produtos premium, ao contrário do que seria de esperar por causa da pandemia, continua com crescimentos positivos, sendo que 47% dos consumidores concordam com a premissa de que é importante cuidarem de si regularmente.

 

A crescente preocupação com a saúde, bem-estar, segurança e higiene dos últimos tempos fez impulsionar a venda de produtos de limpeza. Acentuando uma transformação que já era clara em 2019, os robots cresceram, em 2020, 81% e os aspiradores verticais 66%. Estes dois segmentos juntos já superam o segmento até agora líder. Um dos motores desta transformação é o online, que representa 21% das vendas em valor. Finalmente, uma nota para a máquina de limpeza a vapor, que também tem conquistado muitos consumidores.

 

Se algo fica deste ano de pandemia é a necessidade de se olhar para a forma como nos relacionamos com o mundo. Fica clara a necessidade de sustentabilidade na agricultura, nos oceanos e, também, nos consumos em casa. Assim, uma das grandes tendências para o futuro apresentada na 25.ª Conferência da GfK é a Sustentabilidade. 46% dos consumidores afirmam que se sentem culpados quando fazem alguma coisa ecologicamente incorreta. Em Portugal, verificou-se um aumento muito significativo das classes energéticas mais eficientes desde 2013.

 

Disrupção e Aceleração do Mercado

 

Disrupção e Aceleração são dois conceitos-chave que devem ser retidos. Os especialistas em market insights destacaram as mudanças que ocorreram no ano de 2020 devido à COVID-19 e refletiram sobre o futuro próximo, onde se prevê uma continuação da maioria das tendências apresentadas.

 

É expectável que se continue a assistir à disrupção do mercado e à aceleração da transformação digital, das vendas online e, sobretudo, do mercado de produtos smart que só atualmente começou a ser mais explorado. A Sustentabilidade será um dos grandes motores impulsionadores do comportamento do consumidor, que já começou a ser visível em 2020.

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