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Estudos  Atualidade  17 jun 2021

Mais de metade dos consumidores portugueses já compram produtos sustentáveis

A pandemia da COVID-19 acelerou a transição ecológica, com cada vez mais consumidores disponíveis para comprarem produtos sustentáveis. No entanto, a maioria não quer pagar mais por isso.

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Nove em cada 10 portugueses valorizam produtos, empresas e marcas sustentáveis, de acordo com o estudo sobre Transição Ecológica realizado pelo Cetelem - BNP Paribas Personal Finance em parceria com o CCEF.

Entre os inquiridos, 72% estão otimistas e acreditam que as empresas irão acelerar as medidas para a transição ecológica. Esta opinião é reforçada pelo facto de 80% de cidadãos considerarem que a pandemia acelerou a urgência destas medidas para evitar uma futura crise ambiental que poderá ter efeitos similares.

Os resultados do estudo mostram a maioria de consumidores (52%) dizem já adicionar algumas vezes produtos sustentáveis ao seu carrinho de compras. No entanto, no momento de comprar só 11% afirmam escolher exclusivamente empresas e produtos sustentáveis face a outros que não o sejam.

Esta preferência por comprar sustentável não é, porém, ainda posta sempre em prática pela maioria dos cidadãos, com 61% dos consumidores a revelar que para a generalidade dos produtos dão pouca ou nenhuma preferência a matérias de sustentabilidade, o que se pode verificar em casos concretos, como quando compram brinquedos, roupa, calçado ou outros acessórios (56%); ou em produtos de higiene pessoal, cosmética e maquilhagem (51%), a título de exemplos.

A par disto, existem categorias em que se verifica maior adesão à sustentabilidade, nomeadamente em artigos como alimentos (62%), material escolar e de escritório (56%) e nos produtos tecnológicos (52%).

Neste contexto, uma das exigências feitas por 76% dos consumidores inquiridos é que, para poderem escolher melhor quando fazem as suas compras, é fundamental que, cada vez mais, mais produtos e serviços tenham um certificado ambiental para que possam rastrear a origem e a qualidade dos produtos.

74% dos consumidores não querem pagar mais por ser sustentável

Apesar de existir uma crescente procura e valorização de produtos mais sustentáveis, o que leva a este misto de interesse manifesto em produtos sustentáveis, que não se traduz na aquisição tantas vezes quanto seria desejável? Os dados revelam que 74% dos inquiridos não pretendem pagar mais por produtos e/ou serviços sustentáveis. As consequências económicas que poderão advir da crise sanitária poderão justificar em parte esta realidade porque 92% consideram que a sua disponibilidade financeira para comprar produtos/serviços sustentáveis é reduzida.

Ainda assim, comparando com anos anteriores, existem cada vez mais consumidores disponíveis para pagar mais por estes produtos (26%, mais 15 pontos percentuais face a 2019). No entanto, 13% destes inquiridos declaram estar disponíveis apenas para pagar até mais 5% por um produto que seja sustentável; 10% estariam disponíveis para pagar 5% a 10% a mais do preço; e só 3% estariam disponíveis para pagarem mais que este valor - respostas que pertencem a pessoas das classes mais elevadas, em idade ativa e residentes nas cidades.

Os dados do inquérito indicam ainda um aumento do nível de consciência, com metade (51%) a afirmar estar mais preocupada com as alterações climáticas do que há cinco anos. Assiste-se também a uma grande preocupação em relação ao futuro, no entanto, os inquiridos acima dos 55 anos dizem-se pouco preocupados, considerando que se dá demasiado ênfase às questões climáticas. Esta consciência ambiental é mais evidente nos jovens, entre os 18 e os 34 anos, que se revelam também mais preocupados com o impacto destas alterações no presente.

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